Na segunda prova de Educação e Sociedade fomos questionados em relação à vida do professor na sociedade moderna e também sobre a influência do Neoliberalismo. Segue abaixo a dissertação que fiz sobre esses temas:
EDUCAÇÃO E NEOLIBERALISMO
Na atual sociedade se opera as consequentes descobertas da ciência, produzindo soluções, mas também revelando novos problemas que tornam a modernidade um ciclo de “consertos e estragos”. O ensino nas escolas colabora com o aumento do conhecimento das ciências, mas é necessário conscientizar os jovens no sentido de que os próprios serão as vítimas se não utilizarem corretamente toda tecnologia disponível. Entretanto, o poder está por uma questão de organização capitalista nas mãos dos ”amantes do mercado”, que se baseiam em interesses privados e promovem idéias que visam tornar a educação cada vez mais em um meio de gerar lucros. Destacam-se entre esses os neoliberais.
O neoliberalismo acentua em sua prática o resumido investimento na área pública, diminuindo as oportunidades para quem é menos favorecido e contribuindo de maneira exorbitante para a desigualdade social. Os valores correspondentes a essa ideologia consolidam a perversidade do capitalismo, formando cidadãos competitivos, porém egoístas, que levam em si as atribuições de um mundo regido pelo mercado, pela imagem, pelas aparências destituídas de ações transformadoras.
No contexto do Neoliberalismo, a educação então, necessita de intervenções que a torne mais lucrativa e interessante para as organizações mundiais que dominam os povos. A desculpa para tais idéias podem se basear na baixa qualidade e poucas condições que a “massa pública” tem em receber as tecnologias de forma a ensiná-las, apesar dos enormes gastos que os governos dizem ter para tentar capacitar as pessoas. Mas não há evidências suficientes que o Neoliberalismo torne melhor o desenvolvimento cultural e científico de uma nação, pelo contrário, fica explícito a divisão e classes muito mais distantes umas das outras.
Agora relacionando o neoliberalismo com as atuais condições de um professor no atuar de sua profissão, fica clara a crise de identidade. O que fez uma pessoa se tornar um professor são aspectos que envolvem uma diversidade de intenções, mas o que o faz questionar “se vale a pena continuar nesta carreira?” são problemas nítidos que ultrapassam os tempos, os governos, as metodologias e ideologias que vem e voltam camufladas de algo novo. Pretendendo afirmar a competência, a consolidação de sua identidade e a justificação de sua escolha, o professor se lança aos caprichos da sociedade moderna que exige cada vez mais a demonstração do trabalho, o alcance de metas e os índices “bonitos”. Isso sobrecarrega o profissional que é mal remunerado, pouco assistido e tampouco valorizado quanto a sua excelência.
Tornar a escola uma empresa como quer os neoliberais é industrializar a educação, dividir professores em prol de uma competição por melhores salários, por rendimentos vinculados às estatísticas e boas aparências. O isolamento do professor será aumentado e o agrupamento docente para transformar a educação será definitivamente inviável se o propósito do aprendizado for apenas o lucro. Pois estar dentro de uma instituição onde tudo já está definido, sem poder criar novas formas ou didáticas por causa de falta de apoio dos próprios colegas de profissão é tornar o professor um impotente diante do sistema. O professor será apenas um cooperador dos ideais vindos de “cima” e não mais um iluminador de vidas, um mestre do saber.
A atual situação da educação gera dilemas, polêmicas que influenciam as concepções das pessoas de um modo geral. Um professor pode ser visto como mercenário se opta por abandonar a escola pública e recorre ao ensino privado, buscando melhores condições. Há também os que são considerados heróis por permanecerem no caos e através de ações sociais tentarem melhorar o ambiente de aprendizado. Porém, é preciso considerar tudo que envolve a escolha deste profissional, afinal existem problemas profundos na estrutura educacional.
O ideal seria mesmo que a qualidade almejada, as condições essenciais de trabalho e a valorização do ser humano não dependessem tanto de políticas comerciais ou joguinhos de interesse... o ideal seria que o professor estivesse sempre feliz em sala de aula...por sua profissão ,seu país e seu aluno.
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