(24/04/10) PROVA - FILOSOFIA



   A prova de fundamentos filosóficos da educação abordou as idéias dos três figurões da filosofia (Platão, Rousseau e kant) em relação a educação...mais uma vez a "alegoria da caverna" foi tema dentre as questões propostas... segue abaixo uma dissertação  que fiz sobre o que estudamos até agora:

PORQUE FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO?
   A conexão entre política e educação é nítida e influi poderosamente nos conceitos elaborados pelos filósofos a respeito da maneira como a sociedade se porta diante das questões do cotidiano pedagógico.  As formas didáticas de ensino são objetos de estudo e proporcionam mediante reflexão uma visão aprimorada da tentativa de melhoramento e intenção de evolução.
   Dentre muitos pensadores que observaram a educação se destaca o filósofo Platão. Suas idéias giravam em torno da disciplina mental e corporal para que o indivíduo superasse suas fraquezas e assim absorvesse da melhor forma os ensinamentos promovidos. Era necessário, segundo Platão, que o aluno se libertasse das opiniões alheias, não se prendendo às sombras, mas buscando a verdade por trás de tudo.
   Em o “Mito da Caverna”, Platão desenvolve um roteiro onde representa a humanidade ignorante e presa, subjugada por suas próprias observações limitadas. Em relação com sua concepção de educação, a ”alegoria da caverna” mostra que sua visão naquele momento figurava uma sociedade amordaçada por definições equivocadas e que era necessário um libertar essencial para a busca do conhecimento pleno. Todo saber até aquele ponto era constituído de imagens que não traziam a revelação primordial do entendimento humano sobre a existência. A compreensão era muito resumida, necessitada de luz esclarecedora, condenada a seguir adiante na ignorância se alguém não interviesse. Por isso Platão induzia o humano a pensar sobre a possibilidade do “algo a mais”, gerando curiosidade e o movimento direcionado para fora desta “Caverna” metafórica.  Acreditando assim, que o individuo que se desprendesse das amarras do conformismo educacional, saltaria e levaria consigo outras pessoas em busca da verdade.
     As contendas pedagógicas e políticas educacionais de hoje podem ser representadas pela escuridão desta “Caverna”, onde intrigas e desejos de lucro sobressaem o refinamento da sabedoria. Pois, o pequeno refulgir do esclarecimento trás desconforto a muitos, esfacelando o domínio dos mais influentes, e em longo prazo, a abertura de todo sistema mercenário para um novo entendimento sobre o conhecimento traria resultados dignos dos sonhos de Platão.
     Platão não almejava a glória que provém do domínio, mas pretendia com suas idéias gerar cidadãos melhores através da educação desvinculada de artimanhas, poder coercitivo e força opressora.  Para Platão a atividade pedagógica estava relacionada intimamente com a política, moralidade e sociedade. Hoje é da mesma forma.
   Semelhantemente ao espírito observador de Platão, mas quase dois mil anos após, surge Rousseau, acreditando que a transformação individual através da educação formaria uma sociedade justa.
   Suas divergências em relação ao filósofo Platão podem ser notadas na concepção do homem. Enquanto Platão via o homem preso ao nascer, Rousseau o contemplava como ser livre, sendo influenciado aos poucos para o aprisionamento. Rousseau enaltecia a compreensão e aceitação das necessidades instintivas, pois assim haveria um entendimento maior sobre a vontade. Vontade essa que muitas vezes leva à dominação de um humano pelo outro. Desta maneira o processo pedagógico, segundo Rousseau, não deveria impor, mas instruir no sentido de gerar as necessidades essenciais no aluno.
    Para que houvesse liberdade seria necessário uma redescoberta da condição natural, preservando o homem das influências da sociedade regente. O que é aparentemente complexo, pois o indivíduo por mais que lute, dificilmente se isolará das construções morais e intelectuais do poder vigente. 
   Rousseau estando ciente desta problemática, propõe  uma obra denominada “Emílio”.
   Emílio é um personagem fictício estimulado pelo desenvolvimento de seus instintos naturais. Para ilustrar a moralidade, Emílio é colocado num jardim onde tem uma experiência de vontade contra vontade. Apesar de se enraivecer por ter sua plantação arruinada por outro indivíduo, ele reflete, e percebe que também poderia ser beneficiado por aquilo. Afinal, foi ele, Emílio, quem invadiu as terras alheias e semeou feijões.  O confronto aberto é evitado por um acordo onde haveria um espaço determinado para cada plantio.
    Rousseau utiliza este personagem para abordar quatro critérios de julgamento dos homens na sociedade.
O primeiro é a ilha de Robson Crusoé, onde representa o homem  num lugar isolado, seguro dos preconceitos,  julgando a todos como ele próprio em relação à sua utilidade.
O segundo é o da compaixão, que se faz perceber a humanidade em si mesmo, evidenciando o instinto selvagem perdido no homem.
O terceiro é o do homem apaixonado, que se entrega às influências de outros e de seus vícios.
O quarto critério é o da sociedade civil, que fortalece a idéia da família como instrumento de saudável relacionamento entre as pessoas.
   Rousseau utiliza Emílio para personificar a todos nós numa sociedade governada por leis, julgamentos, trazendo com isso reflexões filosóficas profundas sobre a educação que nos é dada ou imposta.
    Já para o célebre filósofo Kant, que viveu de 1724 a 1804, os fundamentos do saber não dependiam das experiências ou de coisas exteriores, mas poderiam ser encontrados na própria razão humana. Para ele as abordagens até aquela época eram insuficientes, limitadas tanto no contexto filosófico como no cientifico.
   A política e educação careciam de princípios que determinassem sua importância vital, por isso Kant assumiu a missão de esclarecer o que é um fundamento, uma razão e um critério. Elaborou uma disciplina introdutória na qual chamou de “Crítica”, que faz investigação e considera as bases para que o humano identifique as idéias científicas ou metafísicas. Criou-se assim a noção de conhecimento objetivo.
   O saber humano do tempo de Kant era exercido pelas representações de algo ou alguém e não pela própria coisa apresentada.  Nisto entrou a “Crítica” questionando como se representava algo, buscando nas origens da representação o fundamento para tal conhecimento. Para Kant, as representações intelectuais eram objetivas e somente elas davam sentido ao saber. Ter uma conscientização pura no sintetizar dos fenômenos é uma regra que torna possível a representação de qualquer coisa que possamos intuir no tempo e no espaço. É o ato de pensar, exercido em forma de juízo que dá sentido ao conhecimento.
   Assim Kant revolucionou, colocando no próprio homem o fundamento do conhecimento e não fora dele como outrora se pensava.
    Então a educação, segundo Kant, não deve buscar seus princípios fora da humanidade, mas estabelecer  mediante a razão as bases para o mérito diante do próprio esforço do homem. Este homem, carente do instinto, precisa ser educado, aprendendo a lidar com sua fragilidade e circunstâncias que lhe cercam.
   Quando Kant define a educação como o meio pelo qual o homem pode desenvolver sua humanidade ele afirma que a construção do saber provém da razão, condicionando o indivíduo como promotor do próprio desenvolvimento intelectual e da efetivação do conhecimento. Kant defende a existência de ensinamentos que aprimorem a racionalidade, disciplinando, graduando, influenciando e moralizando.
   Concluindo, Platão via a necessidade da interferência para um deslumbramento do saber, Rousseau sentia a necessidade de se voltar ao homem natural e Kant situou o centro do conhecimento na  razão pura.
   Enfim, a educação é a modeladora do humano, tornando-o apto a refletir e agir em prol de sua consciência e do bem estar da sociedade.

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Tano Matemático

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